Percurso:
Fui motivado e incentivado pelo Uilton Franz (sogro), isso a 02 meses da
corrida... "Dois meses conseguirá treinar e se condicionar
tranquilamente", concordei com a citação e me convenci, até mesmo por que
me senti desafiado a pelo menos tentar.
Pois bem, de lá até o dia da corrida devo ter treinado no máximo 5
vezes, nunca numa distância superior a 10 km, a propósito o ano inteiro eu
praticamente não corri.
Para “ajudar”, torci o pé faltando um mês para o dia 31/12, fiquei
gripado, coluna voltou a doer, ou seja, tinha todos os motivos pra me convencer
a nem ir à São Paulo.
Ao acordar (de madrugada) no dia da corrida eu só queria não estar com
dor e me sentir bem clinicamente e assim foi; dor nenhuma na coluna, pé já
recuperado, sintomas da gripe também já não existiam mais...
No caminho pra São Paulo massageei o corpo todo com cânfora (dá uma
sensação boa isso...rsrs) e meu cunhado fez o mesmo, um dorflex também tomei
por precaução e já antevendo as dores que certamente viriam.
Minha meta sempre foi concluir os 15k e ao chegar no local da prova,
faltando 40 min para o início, uma forte chuva começou me deixando encharcado
(foi até bom), a ansiedade só aumentava, pois não sabia o que iria encontrar e
principalmente como meu corpo iria reagir.
Ao olhar no relógio e os ponteiros marcarem 09:00 a musiquinha (tam tam
tam tam...) já começou a tocar no alto falante e a procissão começou na sequência,
era praticamente impossível correr (nem liguei, pois mesmo se fosse possível não
faria), isso por que nem havia passado pela linha de largada ainda e assim foi
(passos curtos e pedindo e dando licença aos outros participantes...) até o km
1,5.
O tempo todo focado em manter o ritmo leve (muito leve), mas tinha horas
que o instinto falava mais alto e eu tinha que me controlar, mas isso acontecia
muito mais pelo clima e atmosfera presente.
A cada 2 km havia uma placa indicando a distância percorrida, mas depois
do km 6 eu não vi (me distraí) a placa 8, também não estava acompanhando no
celular, pois não queria me frustrar com o tempo baixíssimo, mesmo sabendo que
não seria diferente, mas pra minha surpresa, me deparei com a placa de 10km, e
nesse momento meu corpo ainda não havia "pedido água". Pensei na
hora: CARACA, MAS JÁ 10??? ...e assim continuei até a famosa e temida
Brigadeiro Luís Antônio, aos gritos de "UH, É BRIGADEIRO, UH É
BRIGADEIRO!!".
Encarei de peito aberto, cabeça erguida e muito coragem a subida não tão
íngreme, mas muito exteeeeennnnsa, até que pontadas na barriga e indícios de câimbras
na panturrilha me obrigaram a caminhar (talvez essa caminhada era no mesmo pace
da corrida...rsrs).
Muitos gritos e incentivos de pessoas de fora quase me fizeram voltar a
correr (ou pelo menos fazer aquele movimento com o braço...), mas o que me
acendeu de novo foi quando uma senhorinha já toda encurvadinha, com passos
curtos, me passou como um foguetinho e não tive escolhas, voltei a correr
(faltava 500 metros pra terminar a Brigadeiro).
Ao virar para a Avenida Paulista, já me deparei com o totem de chegada e
não tive dúvidas: HORA DO SPRINT!!! Me engana que eu gosto, que audácia minha,
ao tentar apertar mais o passo, minha panturrilha quase explodiu, mas consegui
concluir a prova correndo (UFAAAA).
A medalha:
Desde a moinha última corrida (Corrida do Carteiro em 2012) não sabia o
que era sentir esse gostinho delicioso de missão cumprida, desafio superado e
confesso que hoje (até quando não sei) estou com vontade de voltar a treinar
decentemente e participar de outras corridas, logicamente de corrida com
distancias menores (5k).
Me encontre depois com o Ulton e Wallace onde pudemos comemorar esse feito (eles já estavam comemorando muito tempo antes...rsrsr).
Eu li em algum lugar que a São Silvestre é uma espécie de coroação de um
ano de muita luta e trabalho, mas vejo por outro lado; que seja de um marco de
um ano novo de muitas conquistas.